Há exatos 20 anos, em outubro de 2004, estreava no México a novela Rebelde, que rapidamente se tornaria um fenômeno cultural na América Latina, e especialmente no Brasil, onde sua exibição pelo SBT a partir de 2005 trouxe picos de audiência e conquistou uma geração de fãs. Com uma trama que envolvia drama adolescente, música e a vida de jovens estudantes em um colégio de elite, a produção mexicana rapidamente conquistou o público brasileiro.
A estratégia do SBT para garantir o sucesso de Rebelde no Brasil foi clara desde o início. Em dezembro de 2005, o jornal Folha de S. Paulo relatava que a emissora de Silvio Santos decidiu ampliar o horário de exibição da novela, esticando o capítulo diário até 19h45 para bater de frente com a novela Prova de Amor, da Record, que era vice-líder na época. A aposta deu certo: Rebelde passou a registrar médias acima de 10 pontos de audiência, consolidando-se como uma das principais atrações da emissora.
A revista VEJA em fevereiro de 2006 descreveu como o grupo musical RBD, formado pelos protagonistas da novela, se tornou um fenômeno à parte. O grupo, que iniciou sua carreira dentro da trama, rapidamente ultrapassou as fronteiras da ficção, vendendo milhões de discos e atraindo uma legião de fãs. A paixão pelo RBD atingiu seu ápice durante uma sessão de autógrafos em São Paulo, em fevereiro de 2006, quando uma multidão de 15 mil pessoas superlotou o evento, causando tumultos trágicos. O sucesso do grupo musical, aliado à novela, rendeu ao SBT uma média de 14 pontos no Ibope, um número robusto para o horário das 18h45.
Em fevereiro de 2006, o Jornal do Brasil destacou a popularidade crescente de Rebelde, que chegou a desbancar competidores como Malhação e Floribella, alcançando picos de 17 pontos no Ibope. O SBT capitalizou essa popularidade com uma série de produtos licenciados, desde CDs e DVDs até uma linha de cosméticos lançada pela Revlon. O impacto da novela foi tão grande que a marca Rebelde se transformou em um fenômeno comercial, movimentando centenas de milhões de reais no Brasil e em outros países.
O sucesso de Rebelde e do grupo RBD também gerou polêmicas. Anahí, uma das estrelas da novela, virou figura constante nas revistas de fofoca mexicanas e brasileiras, com rumores sobre cirurgias plásticas, problemas de saúde e relacionamentos tumultuados. Apesar das críticas, a atriz e cantora continuava a ser a musa de milhões de jovens fãs brasileiros.
Em termos de influência cultural, Rebelde trouxe à tona discussões sobre a juventude e a vida escolar, tocando em temas como amizade, bullying, rebeldia e música. Ao longo de suas três temporadas, a novela seguiu conquistando o público . O impacto de Rebelde no Brasil foi profundo e duradouro, marcando uma geração e criando um legado que ressoa até hoje, 20 anos após sua estreia no México.
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